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A Importância do Oceano Atlântico – Nehsc

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A Importância do Oceano Atlântico

A Importância do Oceano Atlântico

Em todas as épocas da História o homem tem se lançado ao mar em busca de participação dos bens da terra e também dos tesouros de longínquos continentes. Por definição, todo povo que tem acesso à costa, por mais insignificante que seja, contanto que disponha de portos atualizáveis e de águas navegáveis, pode, em princípio, ter participação no tráfico marítimo mundial.

Por outro lado, o maior ou menor grau de intervenção das nações de sua importância ditas “civilizadas” no tráfico marítimo constitui um fator indicativo de sua importância econômica e política no cenário mundial.

Aparece, então, toda a enorme força dispersiva a toda hostilidade da grande massa líquida que expulsa de si todos os povos que não a dominam, isolando-os e privando-os de toda classe de recursos. A tão propalada “liberdade dos mares”, transformada em doutrina a partir de Hugo Grotius, nunca existiu para todos.O mar é livre unicamente para os que o dominam. Assim, as potências marítimas ao captar e dirigir a vontade das correntes de energia econômica e política dos oceanos, podem exercer uma influência tão grande sobre a política geral que com freqüência chega tão grande sobre a política dos oceanos, podem exercer uma influência tão grande sobre a política geral que com freqüência chega a ter suas mãos as chaves do controle da política mundial.

Entre os oceanos que desempenham importante papel no passado e seguiram desempenhando-o no presente, o Atlântico ocupa o primeiro lugar. De fato, a situação do Atlântico entre três continentes (Europa, América e África) lhe deu uma importância muito grande para a humanidade.Por outro lado, o fato de não existir ligação entre a Europa e a América além do Atlântico, dá a ele uma importância capital, no que diz respeito ao tráfico. Contrariamente ao que ocorre no Pacífico, os espaços do Atlântico são transpostos com relativa facilidade. Outra vantagem do Atlântico é a circunstância de possuir um grande número de tipos diferentes de costas,favoráveis em sua maioria. As ribeiras da Europa e da América oferecem ótimas condições para a exploração do tráfico marítimo.

Assim, tanto os Estados europeus como os americanos (ex-colônias) do Norte e do Sul têm no Atlântico seu centro de gravidade e isto representou e representa uma condição prévia para o desenvolvimento de um intenso tráfego marítimo.

A região mais prejudicada pela penúria de portos é a África Sul-Ocidental. Em compensação, do lado da América existe, nas partes  Norte e Sul, uma série de excelentes portos que permitem e estimulam um ativo tráfico marítimo, entre eles está o porto do Rio de Janeiro.

Os primeiros ensaios sistemáticos para a exploração do Oceano Atlântico partiram dos Estados Ibéricos.Com efeito, a partir de meados do século XIV, marinheiros portugueses já haviam descoberto e colonizado as Ilhas Canárias, Madeira e os Açores. Mas o maior impulso foi provocado pela expansão dos turcos em direção ao levante, no século foi provocado pela expansão dos turcos em direção ao levante, no século XV, pelo fato de apossarem-se das rotas terrestres para o Oriente.Esse fato tornou indispensável a procura de um caminho marítimo que conduzisse diretamente às Índias, com o objetivo de alcançar as riquezas orientais.

A pré-condição para a exploração da costa africana pelos portugueses foi o domínio do estreito de Gilbratar. Essa pré-condição foi conseguida com a conquista de Ceuta em 1415 e desde aquele momento foi possível pensar e organizar a exploração sistemática dos mares ocidentais. Essa empresa está ligada ao Infante D.Henrique, o navegador que se dedicou a estudos geográficos e à preparação de expedições científicas direcionadas à exploração da costa ocidental africana e á rota marítima para a Índia.

Enquanto os portugueses sulcavam os mares em busca do caminho oriental da Índia, os espanhóis concentravam atenção e esforços na rota ocidental.Na realização desse projeto coube a Cristóvão Colombo o mérito de realizar a primeira travessia do Atlântico de leste à oeste e vice-versa, imprimindo assim uma nova direção na história do mundo(2).Tanto para portugueses como para espanhóis o Atlântico não era senão o caminho que, em direção ao poente, conduzia às ilhas das especiarias e a opulenta Índia e ao legendário Catay.

A notícia do descobrimento da América e das travessias do Oceano Atlântico, produziu naquela época uma sensação superior à das viagens transoceânicas de Lindbergh e outros. Atrás dos portugueses e dos espanhóis,começaram a participar da exploração do Atlântico os navegantes de outras nações, como ingleses, franceses e holandeses. Assim, de acordo com a predominância de povos de uma ou de outra nação podemos classificar a exploração e domínio do Atlântico nos seguintes períodos: a) época hispano-portuguesa; b) época holandesa; c) época anglo-francesa; d) época anglo-americana(3).

A nova política econômica que ligou os destinos de Portugal definitivamente ao mar contou com o auxílio de numerosas circunstâncias para manter e desenvolver-se. Em primeiro lugar, era necessário que as condições geográficas no seu tríplice aspecto de costas acessíveis, boas portos e fácil penetração para o interior permitissem e estimulassem a atividade marítima.Em segundo lugar, era indispensável a vocação marítima da população à qual cabia a complexa missão de construir e conduzir os navios num período ainda incerto para a navegação.Finalmente era imprescindível o concurso de elementos fundamentais para o comércio exterior, isto é ,que os portos desempenhassem a função de pontos de escala da marinha mercante internacional, colocando assim nas mãos de Portugal as chaves da circulação transcontinental,que traria como conseqüência o seu predomínio político, que traria como conseqüência o seu predomínio político e econômico(4).

Quando um povo não recorre ao mar ou quando, por motivos políticos, tem a sua navegação dificultada, o mar para ele deixa de ser um elemento de comunicação para tornar-se um fator de isolamento. Mas para aquele que o domina, representa um meio de aproximação e converte em ponte de tráfico.Para as potências coloniais, cujos domínios se encontravam no ultramar e que além disso eram potências navais, no sentido militar, o mar se transformou num traço de união entre as metrópoles e as colônias.

Enquanto permanece inexplorado, o Oceano Atlântico foi uma fronteira intransponível além da qual havia um mundo desconhecido.Somente depois que os espanhóis puseram o pé na América e os portugueses transpuseram o pé o Cabo da Boa Esperança é que o Atlântico começou a entrar na história da humanidade como importante ponte de comunicações.As características da economia mundial iam se acentuando à medida que se produziam alternâncias de prosperidade e crises de produção e comércio em ambas as margens do Atlântico. Dessa forma, durante os últimos séculos as potências coloniais da Europa determinaram a sorte do Atlântico.Elas representaram o Ocidente diante dos demais continentes e raças. Em primeiro lugar foram os portugueses e espanhóis que com seu esforço civilizador exerceram perturbável influência nas margens opostas, mas não conseguiram manter suas pretensões de monopólio sobre o Atlântico contra as impetuosas investidas dos povos do norte da Europa.(5)

Sem o mar seria impossível organizar-se a economia internacional, pois as relações da Europa com a América, com a África ou com a Ásia teriam sido praticamente impossíveis. Assim o mar acabou de exercer um verdadeiro monopólio sobre a grande circulação de mercadorias.

Do ponto de vista do domínio da tecnologia, do aumento da tonelagem e da qualidade dos navios e do novo papel desempenhado pela circulação sob o ponto de vista econômico, a exploração do Atlântico produziu diversas fases na evolução da navegação comercial. A primeira grande fase chegaria ate o século XVIII e sua principal característica é o fato de ser a navegação mais um instrumento passivo que ativo, exercendo pouca interferência no movimento das trocas. Numa segunda fase, que iria aproximadamente do último quartel do século XVIII a meados do século do século XIX, definiram-se as grandes rotas comerciais do Oceano Atlântico e criaram-se as relações e afinidades que definiriam o complexo mecanismo do comércio internacional. Finalmente, numa terceira fase ela passou a ser a organizadora de toda a circulação. Os países que detinham maior navegação passaram a ser os mais importantes sob o ponto de vista político e econômico. As relações comerciais, por outro lado,vão alcançando uma complexidade cada vez maior.Desse modo, na evolução dos transportes marítimos se podem conceber três períodos diferentes: 1) o primeiro foi aquele em que a mercadoria era reservada ao armador e só excepcionalmente seu transporte se fazia por conta de outro; 2) o segundo é aquele no qual a mercadoria deixa de pertencer ao armador para pertencer ao pavilhão; 3) no terceiro período, a mercadoria perde a nacionalidade e os transportes marítimos servem-na indistintamente.(6)

Os primeiros atores do cenário do Atlântico Sul vieram do hemisfério norte. Buscavam pontos de apoio em territórios onde ainda não exerciam sua soberania. Com isto, valorizavam alguns pontos estratégicos conforme o grau de controle sobre as rotas comerciais.Assim, a intensificação do tráfico marítimo no Atlântico Sul foi gerada pelas necessidades das economias do hemisfério norte.

O traço marcante é a integração e complementação das necessidades de trocas das economias das colônias americanas ao grande fluxo de circulação de mercadorias impulsionado pelas economias européias. A busca dessa complementaridade conduz à  elaboração da teia de rotas no sentido norte-sul, leste-oeste. A trama da rede atlântica e sobretudo do Atlântico, seria desenhada a partir das seguintes rotas principais: a) uma que procede do Índico Afro-Asiático e demanda à Europa,depois de contornar o Cabo da Boa Esperança, passando ao largo dos arquipélagos dos Açores e Cabo Verde, muitas vezes com escalas pelo Rio de Janeiro e Salvador; b)uma que  demanda aos atuais Estados Unidos da América, cruzando ao Sul em sentido diagonal; c) uma que procede do Estreito de Magalhães, Rio da Prata e Rio de Janeiro,cortando o Atlântico na direção dos portos da Europa Ocidental ou Mediterrâneo. Finalmente uma que bifurca da rota anterior na altura do Nordeste do Brasil para demandar à Costa Leste dos EUA. Além dessas principais, existem outras menores que dizem respeito quase exclusivamente a relações bilaterais. Então nesse caso a rota da Costa da Mina para a Bahia; a do Índico Afro-Asiático para o Rio de Janeiro e para Portugal; a da costa ocidental africana para o Rio de Janeiro e nordeste do Brasil A Europa havia, finalmente( 7).

Os fluxos marítimos do Atlântico Sul, alimentando as economias de vários continentes sendo por elas alimentados, mostram que as rotas inter-continentais da América do Sul para a Europa Ocidental se cruzam com as procedentes do Cabo da Boa Esperança para os EUA.

As novas áreas geo-econômicas do ultramar atraíam capitais e comerciantes da Europa.Do mesmo modo que os particulares, os chefes de Estado desejavam aumentar o patrimônio nacional. Por isso era necessário criar novas fontes de enriquecimento no continente e nas colônias. A Europa, alargada pela conquista do Atlântico pôde sair das dificuldades econômicas em que se encontrava, destruindo os quadros feudais que amarravam o seu desenvolvimento.O mercantilismo encontrou, assim, no Oceano Atlântico, a força necessária para sua transformação.

A montagem das rotas marítimas desenvolveu-se pela necessidade de ligação da Europa com as regiões coloniais produtoras de riquezas. De outro lado, “as exigências de abastecimento e de transporte seriam o maior incentivo às construções navais e ao comércio, à técnica e à acumulação social de bens”(8). A Europa havia, finalmente, criado novas condições de evolução. “Formaram-se Impérios, definiram-se Estados, separaram-se povos, criaram-se novas relações de produção e de consumo e abriram-se novas vias comerciais. As grandes monarquias, despertadas pelo choque recebido, encontraram novas energias que as levaram a libertarem-se daquela espécie de sujeição imposta desde recuados tempos pelo Mediterrâneo. A nova sociedade que substituiu o feudalismo possuía as condições econômicas para desenvolvimento: base geográfica intercontinental de troca,  acumulação de riqueza e prestígio de Estado” (9).

O Oceano Atlântico pôde assim transformar a civilização continental em civilização universal, Tornando-se por isso mesmo a via marítima indispensável para o fortalecimento do capitalismo Moderno.

Notas:

(2) SIEWERT,Wulf – El Atlântico,Madrid,Labor,1942.P.41. Histoire de la Navigation,Paris,PUF,1941. Cap.III  e IV.

(3) SIEWERT,W. – op.cit.p.48 e segts.

(4) PEREIRA,ArmandoG. – A economia do mar.Lisboa,livraria Morais,1931.p.7.

(5)  SIEWERT,W. – Op.cit.p.186.

(6)  PEREIRA,A.G – Op.cit.p.272.

(7) CAMINHA,João Carlos G.” O Atlântico Sul e a Marinha do Brasil”, in Revista Marítima Brasileira.1º trimestre,Rio,1986.

(8) DIAS,Manuel Nunes – A Companhia Geral do Grão Pará e Maranhão (1775 – 1778).São Paulo,U.S.P.,1971,P.54.

(9) Dias,M..N. – Op.cit.p.54.

Corcino Medeiros dos Santos

● Historiador e escritor

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