Chávez e o Salto Angel

Histórico: Havia dois irmãos americanos da família Angel, morando no Paraguai. Ambos eram aviadores aventureiros – um dele depois foi processado por tráfico de drogas. O outro Angel, voando por toda América do Sul, “descobriu” o salto, que levou seu nome. É um salto belíssimo, o mais alto do mundo, com 1km de altura. Está perto do Parque Nacional de Mancunaíma (entre os índios venezuelanos Macunaíma é um bom espírito, e não um mau, como na literatura brasileira). Estive lá duas vezes com a Society Expeditions de Seattle, Washington.

O Parque de Macunaima é um belo parque, com enormes e lindas cachoeiras, que fazem lembrar as de Niagara, mas são mais belas ainda do que as americanas (que pessoalmente também visitei). Para chegar a Macunaíma se voa bem perto do Salto Angel, que é visto em todo o seu esplendor.

O nome indígena do salto venezuelano é Xerum Meru, que quer dizer “As lágrimas de Meru”. A lenda indígena: Merú era uma linda moça, que se apaixonou por um guerreiro de sua tribo, mas cuja paixão era “proibida” (creio que por pertencer ao mesmo moitiè dela – era “parente”, e como tal esse amor era considerado incestuoso). Por essa razão Merú, em desespero, chorou tanto que suas lágrima correram como um rio e se lançaram de montanha abaixo.

Assim, um nome tão tradicional e belo, ligado a uma tradição milenar indígena, deveria ter precedência ao nome de um provável traficante de drogas.

Aliás o nome Angel é trágico entre nós também, não é? Era o nome do jovem revolucionário, dito “terrorista”, Stuart Angel, morto pelos militares

brasileiros. Conheci a mãe de Stuart, quando ela foi a New York reclamar contra os militares brasileiros, pela morte do filho. Mas essa é outra história …