Recordando Chico Pinto
O Brasil e a Bahia perderam, na tarde de 18 de fevereiro de 2008 , um dos seus mais combativos políticos, o ex-deputado Francisco, o Chico Pinto, figura maior de Feira de Santana onde inciou uma trajetória brilhante, marcada pela coragem, lealdade e seriedade.
Prefeito de Feira de Santana, em 1964, quando eclodiu o golpe militar, Chico, com pouco mais de um ano de mandato, foi deposto e preso. Depois, graças a sua popularidade e carisma, candidatou-se a deputado federal e foi seguidamente eleito, despontando como uma das maiores vozes do nosso País contra a opressão da ditadura militar.
Voltou a ser preso e a perder o mandato quando, da tribuna da Câmara, protestou e condenou a presença do ditador chileno Pinochet na posse do terceiro general do ciclo militar brasilieiro, Ernesto Geisel. Por essa ousada oposição, foi condenado a seis meses de cadeia. Chico os cumpriu e assinalou outra ousadia, fruto da sua incontestável coerência, ao recusar, da cadeia, em carta ao general Ernasto Geisel, o indulto de Natal. Recusou motivado pela certeza íntima de que não cometera crime algum, exceto por ser uma voz abafada pela ditadura. Quantos como ele fariam o mesmo?
Fundador da ala autêntica do velho MDB-Movimento Democrático Brasileiro, hoje transformado num partdo tipicamente fisiologista, Francisco Pinto, o cidadão Chico Pinto, foi um adversário tenaz de ACM, o Antonio Carlos Magalhães. Mas, no final, já fora da política, ilustraram uma história de final feliz: fizeram as pazes. Nesse fevereiro de 2009, recordo Francisco Pinto, legenda da política maior da Bahia, sepultado em Feira de Santana, e que morreu de câncer no Hospital São Raphael nessa mesma cidade que a ele tantos exemplos de cidadania deve. Está faltando, entre nós, exemplos de coerência como os do valoroso Chico Pinto……