RUTH CARDOSO

 

Ás vezes, chego a pensar em que perfil de mulher melhor se assentaria o título de presidente do Brasil. E sempre me veio a cabeça o nome Profª. Doutora Ruth Leite Cardoso, como ela gostava de ser chamada. Título conquistado sem favores e graças ao seu empenho na carreira universitária e a sua privilegiada, manifesta e útil inteligência.

Ruth, esta paulista de Araraquara, cidade do interior de São Paulo , nascida em 19 de setembro de 1930 foi, entre outras de suas atividades, Bacharel em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP – Universidade de São Paulo professora de Antropologia e Ciência Política na USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em São Paulo.

A ex-primeira-dama, discreta, chic, elegante no sentido mais completo da palavra, corretíssima no uso de chapéus exibidos sobre cabeça ponderada e privilegiada, exercia benéfica influência sobre políticas de responsabilidade social, bem como, mantinha sempre austera integridade em gastos e parcimônia nas despesas do Alvorada.

Em 1972, recebeu o título de Doutora em Antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas pela mesma USP e mais tarde concluindo com louvor o seu pós-doutorado na Universidade de Columbia em Nova York atuando também como professora em universidades americanas inglesas. Americanas.

Em 1953, casou-se com Fernando Henrique Cardoso, com quem teve três filhos e manteve sempre grande afinidade intelectual. Durante o mandato FHC (1995-2002), dona Ruth fundou o projeto Comunidade Solidária em 1995, uma ação de combate a pobreza e a exclusão social Esta rede solidária nasceu sob os seus ideais e compromissos cristãos dentro de parâmetros éticos e cidadãos. Manteve sempre grande admiração por José Serra com quem manyinha grandes afinidades quanto a idéias político-sociais. Atualmente, fazia parte do conselho diretor da Oscip-organização da sociedade civil de interesse público-Comunistas, criada para dar continuidade aos projetos do Comunidade Solidária que tinha, então, junto a população agraciada, um cunho de averiguação de respostas aos estímulos recebidos não se tratando, portanto de meras esmolas sociais que só desestimulam a valorização do trabalho.

Entre seus cargos de maior destaque, bem mais além de um mero papel de primeira dama, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi também membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização. Tornou-se uma das das principais referências sobre antropologia dentro e fora do Brasil, tendo escrito diversos livros, traduzidos em várias línguas, sobre temas relacionados, aos problemas e esperanças da juventude, cidadania e prevenção da violência.

Luciara Silveira de Aragão e Frota

● Coordenadora do NEHSC Fortaleza ● Membro do Conselho Editorial deste site

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